terça-feira, 2 de setembro de 2014

Teresina - Piauí

Nas férias de 2014, fizemos uma programação para conhecermos um pouco do Maranhão (Chapada das Mesas) e Goiás (Chapada dos Veadeiros). No caminho, veríamos algo mais no Piauí (Teresina) e Tocantins (Taquaruçu). E dependendo do tempo e da grana, iríamos para Brasília e visitaríamos Caldas Novas e Pirenópolis em Goiás. Para a volta, só pensamos em retornar pela linda Bahia e ver novamente a Chapada Diamantina que tanto amamos. Como sempre, não marcamos com nenhuma pousada, pois nunca sabemos quando vamos chegar, pegamos o carro recém revisado e partimos rumo aos nossos sonhos.  
Pegamos a estrada (BR 020 e CE 257) sentido Varjota no Ceará e deixamos minha sogrinha para aproveitar uns dias na casa de parentes que ela adora. Saímos tarde de Fortaleza e já chegamos de noite em Varjota, mas as estradas estavam boas e com trânsito tranquilo.

No outro dia, depois do café da manhã, pegamos a estrada por Cariré (CE 183 ou 403) até a BR 222 que liga a cidade de Sobral até a Serra da Ibiapaba ainda no Ceará.

 A CE 183 está passando por reforma e transitar por lá não foi tão legal, mas dá pra passar.

 Em Jaibaras: o açude com pouca água, uma tristeza sem fim.

 Pequenos agricultores e fazendeiros sofrendo com a falta de água: uma vergonha para o nosso país.

 BR 222 e a nossa querida Serra da Ibiapaba ao fundo: a estrada tá um tapete.

Na subida da Serra: teste de paciência com caminhões quase parando e alguns pequenos pontos para ultrapassagens.

 Este aqui: tombou na curva. Ainda bem que não foi nada sério.

 Mais paciência...

 Agora saindo da serra da Ibiapaba sentindo Piripiri até Teresina.
Estrada boa!

 Chegando na cidade de Campo Maior no Piauí.


Nesta cidade, ocorreu uma das batalhas que infelizmente professores, escolas e livros escolares, esquecem de citar Brasil a fora. A Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, as margens do Rio Jenipapo, aconteceu pela Independência do Brasil. Pequenos camponeses, artesãos, escravos, vaqueiros, etc,  lutaram contra as tropas do Major João José da Cunha Fidié (comandante das tropas portuguesas). Os brasileiros perderam a batalha e ela foi uma das mais marcantes e sangrentas batalhas travadas na guerra da Independência.

 Entrada para o Monumento de Jenipapo: em homenagem aos heróis nordestinos.

 Chegada em Teresina no Piauí.

 Nos encantamos com Teresina. O pessoal tem a mania de falar que a cidade é quente, mas nem estranhamos durante o dia. Achamos bem normal comparando com Fortaleza. Paramos no Shopping Teresina, enquanto meu esposo foi comprar uns cabos que estava precisando para um carregador, eu e nosso filho, ficamos do outro lado da pista apreciando as margens do Rio Poty. Um casal reconheceu que éramos turistas e nos indicou um mirante e o Parque Potycabana para visitarmos na cidade. 

 O mirante fica no meio da ponte estaiada. Veja ao fundo desta foto.

Chegamos no mirante e estacionamos com facilidade em um pequeno estacionamento aberto ao lado. O quê nos causou estranheza, pois o estacionamento do shopping estava lotado e nós tivemos que estacionar na rua mesmo e com um pouco de dificuldade. Logo veio a triste confirmação: o elevador que leva ao topo da torre (mirante) estava em manutenção e por isso sem funcionar. Mas o local é tão agradável que resolvemos ficar alí algumas horinhas apreciando o que dava.  

 Bilheteria

 Entrada para o elevador

 Vista do belo Rio Poty

 Não deu para ver do alto, então: por baixo da ponte estaiada.

 Aparelhos para exercícios ao lado

 Parquinho

 Saguis livres na natureza em plena cidade

 Ciclofaixa e pessoas fazendo caminhadas

Parque Potycabana: como era um sábado, tava difícil de estacionar. Então resolvemos procurar uma pousada para passar a noite.

 Nos pareceu bem legal o Parque e pelo que vimos tem quadras de esportes, inclusive de tênis. 

 Entrada do Parque

 O Shopping

 A pousada que tinha pesquisado e estava pensando ficar era essa. Mas quando chegamos, a recepcionista nos avisou que não tinha mais vagas. Fomos na padaria em frente e lanchamos salgados com refrigerante. Depois passamos quase uma hora ou mais procurando pousada, rodando a cidade, perguntando ao GPS, pessoas e até um taxista, mas só encontrávamos pensões e sem estacionamento.

Já estávamos pensando em pegar a estrada e seguir caminho. Foi quando avistei no meio destas folhas de árvore o nome Pensão Lourenço e tinha garagem. Parei, falei com a Dona Elenita e ela nos cobrou R$10,00 por pessoa para pernoitar na sua pensão/casa. Por R$10,00 não poderia esperar muito conforto, mas já estávamos cansados e querendo deitar a cabeça em qualquer canto. Aceitamos!

O quarto tinha uma cama de casal e duas de solteiro. Um ventilador grande na parede e um armário de madeira. Não tinha banheiro. O banheiro feminino era dentro da casa e bem simples e o dos homens era no quintal e mais simples ainda. Fomos logo dormir. De noite o calor apareceu sem dó. Abrimos a janela e melhorou bastante. A Pensão Lourenço como muitas outras inúmeras que encontramos pelo caminho, são de pessoas que abrem praticamente a sua casa, para pessoas carentes do interior vir até a cidade em busca de atendimento médico especializado, tratamentos de saúde ou para acompanhantes de pessoas enfermas em hospitais na capital Teresina. Cobram pouco para não explorarem e ajudam como podem. Se me perguntarem se ficamos com medo ou nojo do quarto e das camas, a resposta é: NÃO. Não somos melhores do quê ninguém. A única frustração foi com o banheiro (que é algo muito íntimo). Mas como eles cobram pouco, pouco ganham para fazer reformas e melhorias. Achamos que os governos (estadual e/ou municipal) ou até a iniciativa privada, deveriam ajudá-los pelo menos, pois prestam um belo serviço a quem precisa e não encontra tratamentos de saúde onde moram. Alguma coisa tem que ser feita, se não levam os hospitais e médicos especialistas no local de moradia destas pessoas, devem ao menos ajudar nas custas com locomoção e estadias para tratamentos prolongados. A situação destas pessoas é comovente e elas precisam de toda ajuda nestas situações. 

Nosso filho com a Dona Elenita (o melhor da Pensão). Coração bom e mulher batalhadora! Não queria cobrar nem a pensão do nosso pimpolho, mas não achamos justo e pagamos. 

Queremos e exigimos que as autoridades façam suas obrigações: é inadmissível ver pessoas gastando o pouco que ganham para sobreviverem, com algo que deveria ser gratuito e próximo a elas. Educação e saúde é um direito humano e obrigatório. Ajudem ao menos quem ajuda.

Pensão Lourenço: Avenida José dos Santos e Silva, nº1840, Centro Sul/Teresina. Tel.(86)9474.0271 ou (89)8107-0834


Depois do café com Dona Elenita, partimos para Floriano, pois queríamos pegar a BR 230 para a Chapada das Mesas no Maranhão e não a BR 226.


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